ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 02-6-2010.

 


Aos dois dias do mês de junho do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Mario Manfro, Maurício Dziedricki, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador Airto Ferronato, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 026/09 (Processo nº 4330/09); e pelo vereador Mauro Pinheiro, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 012/10 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 080/10 (Processos nos 1748 e 1725/10, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 437724, 440873, 441015, 455688, 462241 e 467321/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 247/09 (Processo nº 5637/09) e, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria de Sua Excelência, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Pedro Ruas, João Antonio Dib e Paulinho Rubem Berta. Na oportunidade, por solicitação do vereador Pedro Ruas, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao senhor Ricardo Seibel de Freitas Lima, Secretário Estadual Extraordinário da Copa do Mundo 2014, falecido no dia de ontem. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a vereadora Maria Celeste, no dia de hoje. Ainda, o senhor Presidente registrou o transcurso, no dia de ontem, do aniversário do vereador Bernardino Vendruscolo, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência, tendo-se manifestado a respeito o vereador Dr. Thiago Duarte. Em continuidade, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e foi aprovado Requerimento verbal formulado pela vereadora Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia da presente Sessão. Após, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do vereador Pedro Ruas, Líder da Bancada do PSOL, e da vereadora Fernanda Melchionna, ao Projeto de Lei do Executivo nº 009/10 (Processo nº 1476/10), tendo o teor dessa Emenda sido posteriormente retificado pelo autor. Em Discussão Geral e Votação, foi apreciado o Projeto de Lei do Executivo nº 009/10 (Processo nº 1476/10), após ser discutido pelos vereadores Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Adeli Sell, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Paulinho Rubem Berta e Aldacir José Oliboni e encaminhado à votação pelos vereadores Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto, Luiz Braz e Idenir Cecchim. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 009/10, o vereador Mauro Pinheiro cedeu seu tempo de discussão ao vereador Engenheiro Comassetto. Na oportunidade, em face de Questão de Ordem formulada pelo vereador Reginaldo Pujol, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 009/10, tendo-se manifestado a respeito os vereadores Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Luiz Braz. Às quinze horas e trinta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e um minutos, constatada a existência de quórum. Também, foi apregoado o Memorando nº 007/10, de autoria dos vereadores Elias Vidal, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques e Tarciso Flecha Negra, deferido pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de hoje, em reunião na Secretaria Municipal de Coordenação Política e Governança Local, das quinze horas e trinta minutos às dezesseis horas e trinta minutos, em Porto Alegre. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 009/10. Foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 009/10, por vinte e dois votos SIM, em votação nominal solicitada pelo vereador Reginaldo Pujol, tendo votado os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, Dr. Raul, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 010/10 (Processo nº 1481/10), tendo-se manifestado a respeito os vereadores Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. Em Votação, foi rejeitado o Requerimento nº 044/10 (Processo nº 2160/10), após ser encaminhado à votação pelos vereadores Luiz Braz, Nilo Santos, Airto Ferronato, Sofia Cavedon, Dr. Raul, Paulinho Rubem Berta, Fernanda Melchionna e Reginaldo Pujol, tendo-se manifestado a respeito a vereadora Sofia Cavedon e o vereador Luiz Braz. Às dezesseis horas e trinta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 049/10 (Processo nº 2248/10), tendo-se manifestado a respeito o vereador Haroldo de Souza. Durante a Sessão, foram registradas as presenças de alunos e da professora Solange Lucas França, da Escola Marista Assunção, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Às dezesseis horas e trinta e nove minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador Mauro Pinheiro, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mario Manfro e Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoo a Emenda nº 01 ao PLL nº 247/09, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que dá a seguinte redação ao artigo 1º (Lê.): “Art. 1º - fica denominada Rua João Pinheiro Machado o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 7017.”

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib, que solicita a dispensa do envio da Emenda nº 01 ao PLL nº 247/09 à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, em nome da nossa Bancada, do Partido dos Trabalhadores, eu quero trazer dois temas que são palpitantes na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e, por que não dizer, no Brasil. Sobre o primeiro deles eu já me referi nesta tribuna há poucos dias, ou seja, no sentido de que nós, que lutamos por liberdade, por igualdade e por justiça, acreditamos, sim, na Justiça, porque ela tarda, mas não falha. Neste momento, o Rio Grande do Sul e o Brasil analisam a maior mentira, a maior falta de postura ética já usada na política do Rio Grande do Sul, ou seja, a respeito do rompimento de contrato da Ford, por opção própria, com o Governo do Estado. Pois a Justiça acaba de condenar a Ford a devolver aos cofres públicos municipais mais de 138 milhões de reais, e, se forem corrigidos, conforme a Justiça já estabeleceu, isso chega a mais de um bilhão de reais.

Portanto a postura do ex-Governador Olívio Dutra, com a sua equipe, naquele momento, foi a de exigir que a Ford assumisse o seu compromisso e honrasse seus contratos. A Justiça agora acaba de sentenciar a Ford, calando a boca de todos aqueles que acusaram o PT e o Olívio de terem mandado a Ford embora de uma área nobre aqui, do outro lado do Guaíba.

E, por falar em áreas nobres, vamos falar também da área da FASE, sobre a qual a Governadora Yeda Crusius, unilateralmente, mandou um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa, com quatro artigos, que requer nada mais, nada menos do que a autorização para vender aquela área, aqui no Morro Santa Tereza; são 74 hectares em nome da política e da qualificação dos nossos jovens excluídos. Quero dizer que a Governadora não levou em consideração as mais de dez mil pessoas que ali moram; não levou em consideração a política da FASE; não levou em consideração os funcionários que ali trabalham; não levou em consideração a área de preservação ambiental que há ali. E hoje nós estamos recebendo as comunidades das vilas Gaúcha, Ecológica, União Santa Tereza, Figueira, Santa Rita, Padre Cacique, Barracão e da Creche Tio Zé. Quero dizer que todas essas comunidades têm o direito constitucional garantido, através do Estatuto da Cidade, da concessão do uso especial do solo para fins de moradias, uma Lei Federal, e, mesmo assim, a Governadora Yeda mandou esse Projeto para a Assembleia, não levando em consideração esse direito adquirido.

Portanto esta Casa terá que ser ouvida, sim, para saber qual a finalidade daquela área nobre que ali está, se o Estado deve vender ou disponibilizar aquela área para desenvolver projetos de urbanização na Cidade, priorizando o reassentamento das famílias, qualificando o serviço de integração dos jovens, hoje, que precisam, sim, dessa política do Estado. Será que vender uma área, neste momento, faltando seis meses para acabar o seu Governo, será para implantar algum projeto? Ou simplesmente vai destinar os recursos para alguns poucos que sempre são favorecidos com essa política do Estado mínimo que o PSDB defende?

Portanto a nossa Bancada, do PT, é solidária com todas as comunidades que estão ali. Lutaremos até o fim pelo direito adquirido de aquelas pessoas ali permanecerem, o que lhes é garantido pela Constituição. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; público que nos assiste; amigas e amigos que hoje nos dão a honra da presença neste plenário, não há dúvida que nós temos tido, nos últimos dias, notícias surpreendentes, sendo que uma delas, lamentavelmente do ponto de vista negativo, é exatamente essa proposta, esse Projeto da entrega à iniciativa privada dessa área da FASE, que, ao longo dos anos, como área pública, agregou valor pela sua localização e que tem hoje condições de ser, pelo Poder Público, utilizada de forma mais adequada, mais correta, com amplas condições de reforma, mas, jamais - jamais - qualquer um de nós imaginou, Verª Juliana Brizola, que o Governo Estadual, com a omissão do Governo Municipal nesse aspecto, iria chegar a ponto de buscar a venda pura e simples da área para especulação imobiliária. Para todos nós, Vereadores da Capital - e eu, além da condição de Vereador, nasci e me criei nesta Cidade -, choca profundamente a falta de limite do interesse especulativo imobiliário em conluio com uma posição absolutamente condenável do Poder Público, no caso o Governo Estadual.

A quem interessa, de fato, essa alienação? O que representa para cada um de nós isso que está ocorrendo naquela área nobre, pública e bem-localizada? Interessa à especulação imobiliária, que não tem limites na sua sanha de lucros, que não respeita o interesse público. Nós tiramos, há poucos dias - a Verª Fernanda Melchionna estava presente, e eu também, na Coordenação da Área Ambiental do PSOL -, uma posição oficial, meu caro Antenor Pacheco Netto; minha cara Nara; minha cara Nadia Pacheco, contra esse Projeto, contra a venda da área, porque entendemos que isso desserve o Poder Público, desserve a sociedade, e somente serve à especulação imobiliária, ao lucro desmedido, à ganância financeira.

Então, queremos registrar desta tribuna este fato lamentável, que é a existência do Projeto, e registrar com muito orgulho que, após o pronunciamento da Verª Sofia Cavedon, tivemos a oportunidade de sugerir à sua Excelência o protocolo de uma moção de repúdio que será votada por nós, Verª Sofia, com integral apoio a essa Moção, evidentemente, a esse Projeto, a essa venda e, na verdade, a esse prejuízo gigantesco que sofre a sociedade porto-alegrense e gaúcha - e gaúcha! -, porque basicamente é um patrimônio do Estado.

Então fica aqui em meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna essa posição de condenação que o nosso Partido PSOL tirou oficialmente contra o Projeto, contra a especulação imobiliária, contra essa ganância que não tem limites e que envergonha todos nós. Fiquem as senhoras e os senhores que nos visitam no dia de hoje com a consciência, com o conhecimento de que nós, do PSOL, lutaremos com aqueles homens e mulheres, com partidos, sem partidos, com aqueles que realmente defendem a causa pública, que veem que ali há um interesse da sociedade subtraído, diminuído em relação ao interesse da especulação imobiliária, e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para não permitir a aprovação do Projeto, para não permitir que a concretização da venda ocorra, para não permitir que a especulação imobiliária continue tendo lucros absurdos, ilegítimos, imorais, em cima daquilo que é de todos! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pela trágica e prematura morte do Sr. Ricardo Seibel de Freitas Lima, advogado, Procurador do Estado, Subsecretário de Assuntos da Copa e Conselheiro do Grêmio.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, nós vivemos, convivemos e observamos algumas coisas que são totalmente inesperadas. Por exemplo, jamais me passaria pela cabeça que a Bancada do Partido dos Trabalhadores, usando o tempo de Liderança, fosse dizer que o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva não falou a verdade, porque a imprensa registra os fatos, e facilmente se procuram, no passado, as coisas que foram ditas pelas autoridades. O Sr. Lula ainda não era autoridade quando afirmou isto aqui na Federasul. Ele cumprimentou o Governador Olívio Dutra, dizendo que dele sentia orgulho, pois, naquele dia, ele havia lido que o Governador havia mandado embora a Ford. Será que o Lula mentiu naquele dia? É isso que a Bancada do Partido dos Trabalhadores está dizendo hoje?

Eu nunca falei aqui do problema da Ford nem da GM porque fico mais centrado nos problemas que dizem diretamente respeito a Porto Alegre. É claro que, se a Ford estivesse ali, o Rio Grande do Sul teria mais ICM, e Porto Alegre também receberia mais - não tenho dúvida nenhuma -, mas foi o hoje Presidente Lula que disse que ficava orgulhoso de ler nos jornais que o Governador Olívio Dutra havia mandado embora a Ford, porque o Rio Grande não tinha que dar recursos para investimentos de multinacionais. Isso foi na Federasul, a qual deve ter esse registro em seus anais, como a imprensa mostrou no dia de ontem e hoje também.

Por outro lado, eu também tenho boa memória, também leio os jornais todos os dias pela manhã; os quatro jornais de Porto Alegre, eu leio todos, e eu estou bem lembrado de que veio a direção da Ford ao Brasil, e o Governador Olívio Dutra deu um “chá de banco”, em bom português, para aquela delegação que veio aqui tratar de um problema, já que havia um contrato, dinheiro do Estado que havia sido investido, um acerto a ser feito, mas o Governador não a recebeu. Também dá para pesquisar na imprensa e confirmar aquilo que eu estou dizendo aqui, agora. Tomaram um “chá de banco”; foram, sim, mandados embora.

E esta ação na Justiça, é bom que se esclareça, aconteceu depois da CPI da Assembleia, quando a Assembleia mostrou que, no mínimo, já que o Governador tinha mandado embora a Ford, deveria ressarcir o Estado daquelas parcelas que haviam sido adiantadas para que a Ford fizesse obras, e aí então entrou a ação, o que não significa que vai entrar dinheiro para o Estado agora, porque foi em 1ª Instância. Em nosso País, a Justiça demora anos: vai à 2ª Instância, depois vai para o Superior Tribunal e depois vai para o Supremo Tribunal. Então vai demorar muito tempo, e não entrou nada até agora.

Daqui a pouco, vai ser colocado em votação o Requerimento da Verª Sofia Cavedon, de repúdio à iniciativa da Governadora, a de vender a área da FASE, onde está instalada a FASE. Não é toda a área que está ocupada pela FASE; muito dessa área está ocupada por moradores que hoje estão presentes aqui no plenário. Eu quero dizer que não vou votar nem a favor e nem contra. Eu vou me abster de votar, porque eu tenho afirmado, desde que começaram a votar moções de repúdio, que moção não é solução, mas moção gera discussão, gera reação e, de repente, gera agressão - e não resolve nada! Eu vou me abster de votar como fiz sempre. Então já estou aproveitando para não ter que usar o tempo depois. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Registramos a presença de 25 alunos da 3ª Série da Escola Marista Assunção, que vieram participar da visita orientada da Câmara Municipal de Porto Alegre, acompanhados pela professora Solange Lucas França. Esta atividade faz parte do Projeto de educação política que o Memorial desenvolve com as escolas de Porto Alegre. Sejam todos bem-vindos. (Palmas.)

A Verª Maria Celeste solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje, através de Requerimento assinado pelo Ver. Engenheiro Comassetto, Líder da Bancada do PT.

Convido o Ver. Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário desta Casa, a receber, nesta Mesa, em nome da Câmara Municipal de Porto Alegre, um cartão pela data do seu aniversário, ocorrido no dia de ontem. Parabéns, Vereador!

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Em nome do conjunto de Vereadores desta Casa, queremos cumprimentar o Ver. Bernardino e dizer, singelamente, com muito carinho, que um sonho sonhado só é só um sonho; um sonho sonhado junto começa a ser o início da realidade. Vereador, isto aqui foi construído pelas mãos de todos esses Vereadores, e tome isto com muito carinho. (Palmas.)

 

(Procede-se à entrega do cartão e de um presente.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, venho a esta tribuna no sentido de fazer um alerta a todos os envolvidos nesse Projeto da Governadora do Estado, principalmente aqueles que estão envolvidos diretamente: os internos, os moradores, o Estado e a cidade de Porto Alegre. Eu acho que está existindo muita pressa. As pessoas estão muito rápidas no avaliar, e, muitas vezes, o Projeto está mal-avaliado. Este Projeto vem a favor da população ou vem contra ela? No meu entendimento, até hoje, pelo que pude observar, o Projeto vem na busca de dar uma oportunidade, principalmente de qualificar, de modernizar e também de dar o direito a todos os moradores de dizerem: isso é meu, isso não é meu; isso pode, isso não pode.

Qual é o valor dessa área? Essa é uma pergunta que tem de ser respondida antes que se tome qualquer decisão. Esse recurso também vai somar em favor daquela população? Sim ou não? Quem viu isso? Quem tem resposta para isso? Os internos da FASE estão num local correto, decente, num local que realmente os recupere? Sim ou não? Esse dinheiro vem para dar mais qualificação a isso? Então eu quero deixar bem claro: sem uma análise profunda do Projeto de Lei, do valor que a área vai ser vendida, não deve se fazer um pré-julgamento disso. Nós precisamos, primeiramente, saber. Em tese, há matérias de jornais, reportagens dizendo que analisaram que isso é a favor da população que lá mora, já que parte do dinheiro será revertida para uma melhor moradia.

Então, eu quero colocar desta forma: este Projeto precisa ser analisado friamente também pela população que lá está. Acho que a população, como outros, se antecipa em ter um julgamento definitivo sem analisar. Será que os moradores não estarão perdendo se recusarem o Projeto? Já analisaram isso? Será que isso não vai se transformar só em política? Temos que analisar o Projeto! Em tese, quero deixar bem claro que eu sou a favor do Projeto enquanto não me provarem o contrário, e vou trabalhar pela sua aprovação enquanto não me provarem o contrário - tem que me provar e também aos moradores! Acho que vocês devem exigir isso de quem está botando vocês contra o Projeto. Tem que ser provado o que está acontecendo, o que vai ser feito. Por isso quero deixar bem clara a minha posição: em tese, sou a favor do Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, faço um Requerimento, não sei se o conjunto das Lideranças dará acordo, no sentido de, depois de votarmos os dois Projetos do Executivo, relativos ao DEMHAB, nós votarmos o Requerimento referente à área da FASE, à área do Morro Santa Teresa. Então, logo depois dos dois primeiros, PLE nº 009/10 e PLE nº 010/10, votamos o Requerimento nº 044/10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1476/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/10, que autoriza o Executivo Municipal e o Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB) concederem o uso e doarem imóveis em desapropriação ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), da Caixa Econômica Federal (CEF), na sistemática do Programa Minha Casa, Minha Vida – Porto Alegre.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 02-06-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em discussão o PLE nº 009/10. (Pausa.) O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores, colegas Vereadoras; senhoras e senhores; lideranças comunitárias aqui presentes, esses dois Projetos que estão na Ordem do Dia hoje, para votarmos, se encaixam como uma luva em consideração aos visitantes que aqui estão e que ocupam uma área pública do Estado. Por que eles se encaixam como uma luva para nós fazermos o debate? E já digo aqui, de antemão, que a nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, votará favoravelmente. Porque são dois terrenos do Município de Porto Alegre que o Prefeito José Fortunati manda aqui para esta Casa, para serem destinados. Mas para quê? Para o Programa Minha Casa, Minha Vida, um projeto do Governo Federal, instituído pelo Governo Lula e que possui recursos disponíveis na Caixa Econômica Federal, mas, para que ele seja disponibilizado às pessoas que recebem de zero a três salários, o Município precisa entrar com alguma contrapartida; neste caso, entra com o terreno como contrapartida, para poder viabilizar. E essa política é uma política republicana: tem que vir da União, dos Estados e dos Municípios. Aqui nós temos, nesta plenária, as lideranças e as comunidades que vêm aqui reclamar que a Governadora Yeda Crusius quer vender 74 hectares da parte mais nobre de Porto Alegre, onde existem milhares de famílias assentadas há mais de 40 anos e que, portanto, têm o direito adquirido pelo Estatuto da Cidade; não leva isso em consideração e faz uma política na contramão.

Nós podemos, Verª Sofia Cavedon, recomendar que a Governadora Yeda Crusius mande um projeto para a Assembleia Legislativa nestes mesmos moldes que aqui está, que destine aquela área que ali está para o desenvolvimento urbano qualificado de Porto Alegre, faça um convênio com a Caixa Econômica Federal, receba os recursos, regularize aquelas comunidades que ali estão e faça do restante da área um reassentamento, uma reestruturação para os jovens que ali estão; que construa um parque ambiental para a Cidade e faça um grande projeto, inclusive, para a Copa do Mundo, onde a população excluída possa ver o mundo chegar a seus pés, que é ali, o Gigante da Beira-Rio. (Palmas.)

Esses dois Projetos que estão aqui, Ver. Luiz Braz, nós os debatemos aqui nesta Casa, Ver. Idenir Cecchim. O ex-Prefeito José Fogaça enviava os Projetos dessa mesma natureza, mas para alienar, ou seja, vender os imóveis. Fizemos um longo debate, quando o senhor não estava aqui ainda, a respeito de um terreno lá em Belém Novo. Dizíamos que ele não deveria ser vendido, que deveria ser destinado. Está bem, o debate desta Casa certamente ajudou a elucidar esse fato, e o Prefeito passou a remeter esses Projetos, essas áreas, para construir uma cidade que seja mais igual, para incluir aqueles que são excluídos, para dar endereço a essas pessoas. Isso é uma afirmação de cidadania. Portanto a nossa Bancada não pode se furtar, meu Presidente, Ver. Adeli Sell, de votar favorável e defender que esses recursos públicos sejam bem-aplicados e que nós possamos fiscalizar para que, realmente, as pessoas que não têm renda, que não têm casa, que estão excluídas, sejam beneficiadas com esses recursos, com essas moradias, que é o Programa Minha Casa, Minha Vida. Como é que funciona? O Município apresenta a área; a Caixa Econômica Federal, em conjunto com empresas, contrata as empresas, constrói as casas, faz o pagamento, e a Prefeitura faz a distribuição dessas casas para as famílias com renda de zero a três salários mínimos; portanto, para quem não tem renda para pagar financiamento. E a área da FASE, com seus 74 hectares, deve servir para a mesma finalidade.

Portanto, votaremos favoravelmente, sim, a ambos os Projetos. E já recomendamos à Governadora Yeda Crusius que siga o mesmo caminho: destine a área da FASE para qualificação urbana e reconheça os moradores ali existentes. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Apregoamos a Emenda nº 01 ao PLE nº 009/10, proposta pelo Ver. Pedro Ruas, Líder do PSOL. (Lê.) “Art. 1º - Insere parágrafo único no art. 5º. Parágrafo único: As moradias das famílias com renda de zero a três salários mínimos mensais constituirão, pelo menos, 50% das habitações a serem construídas.”

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores e Vereadoras; amigos e amigas; lutadores da comunidade com quem tive a honra de estar ontem, em frente à Assembleia Legislativa; lideranças do Semapi, que eu gostaria de registrar que estão presentes oficialmente aqui, com a luta da comunidade, venho muito rapidamente a esta tribuna dizer duas coisas. Primeiro da minha alegria, prezada Nara, em ver um Projeto que desapropria área para construção de moradias populares. No ano passado, nós só vimos venda de terrenos em área nobre da Cidade, como se a Prefeitura fosse uma imobiliária, e a construção de casas cada vez mais longe do centro urbano, fazendo aquilo que chamamos de “segregação espacial”.

Então, nós ficamos muito contentes que sejam desapropriados esses dois terrenos, Ver. João Antonio Dib, numa Cidade onde 50 mil pessoas não têm onde morar, onde há milhares de pessoas esperando pelos programas habitacionais, que demoram a sair do papel, como o Programa Integrado Entrada da Cidade, ou mesmo o Minha Casa, Minha Vida para a faixa de renda de zero a três salários mínimos, Norma, porque o que a gente está vendo é que Porto Alegre, até agora, não construiu nem 300 casas para o povo que mais precisa, que são os trabalhadores que ganham entre zero e três salários mínimos. Eu e o Ver. Pedro Ruas, do PSOL, fizemos uma Emenda no sentido de obrigar que, desses terrenos vendidos, 50% fique reservado para a construção de casas populares para os de renda mais baixa do Minha Casa, Minha Vida, porque, infelizmente, pode acontecer de construírem só para a classe média e não construírem para o povo que mais precisa na nossa Cidade. Nós queremos o voto de todos os Vereadores e Vereadoras a favor da nossa Emenda a esse Projeto.

Eu queria, para concluir esta fala, dizer que também é salutar saber que, enquanto se está desapropriando terreno para construir casas de habitação popular, tem gente querendo vender terreno em área nobre da cidade de Porto Alegre para ceder aos interesses da especulação imobiliária, enquanto não apresenta uma alternativa para a comunidade das vilas Gaúcha, Santa Rita, Ecológica, Figueira, Prisma e Padre Cacique. Tem gente que está se apropriando, Ver. Pujol, daquilo que é Área de Preservação Permanente da nossa Cidade, daquilo que é a vida de milhares - 20 mil - de pessoas que levaram uma vida para construir suas casas, que juntaram seu dinheirinho para poder comprar madeira e construir o lugar da sua moradia; daqueles que estudam perto, que moram perto, que construíram gerações e gerações de trabalhadores e trabalhadoras em determinado local da Cidade. Infelizmente, tem gente que, na calada da noite, cheia de pressa, quer vender o lugar de moradia dessas pessoas; infelizmente, a Governadora do nosso Estado, em 2010, quando estamos prestes a entrar no período de eleições, pretende, antes disso, botar em votação um Projeto que não apresenta reestruturação para a FASE, que não apresenta alternativa para esses trabalhadores e que, na verdade, cede aos anseios daqueles que querem uma área nobre para supervalorizar, para superfaturar, para construir moradias de luxo, deixando os trabalhadores desabrigados. Eu gostaria de lamentar profundamente, e isso nós debateremos nesta Casa depois, porque não é só assunto da Assembleia Legislativa; estamos falando dos moradores de Porto Alegre, em Porto Alegre, em área de preservação da nossa Cidade.

Eu queria dizer mais, Ver. Pedro Ruas, que a Governadora Yeda, além de nos ouvir nesta Casa, além de ouvir o povo das comunidades, que muito nos honra ao estar presente aqui hoje, deveria ouvir o Ministério Público, que está dizendo: tirem o pedido de urgência, porque não está claro esse Projeto que pode vir a beneficiar os grandes especuladores, e não o povo da nossa Cidade.

 

O Sr. Pedro Ruas: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.)
Verª Fernanda Melchionna, eu ouço com atenção o pronunciamento de V. Exª que traduz a posição de muitos Vereadores de muitas Bancadas desta Casa e, particularmente, a do PSOL. Quero cumprimentá-la não só pelo que é dito com relação ao Projeto que estamos agora por votar, mas pela vinculação correta que V. Exª faz quanto ao problema que agora as pessoas que nos visitam estão vivendo, ou seja, devem achar muito estranho, neste momento, a Casa tratar de doação de terreno, de venda terreno, de contrapartida, da necessidade de área, e o Estado vendendo a preço de banana para a especulação imobiliária a área gigantesca da FASE. Parabéns, Vereadora.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Obrigada, Ver. Pedro Ruas. Eu quero agradecer a presença de vocês, agradecer a atenção dos Vereadores e Vereadoras e dizer que luta segue: aprovar o Projeto, aprovar a Moção e, segunda-feira, estar em frente à Assembleia. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra pra discutir o PLE nº 009/10.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que acompanham esta Sessão, a nossa bandeira é a cidade de Porto Alegre, seu povo e suas necessidades. Uma das maiores necessidades do povo da nossa Cidade é a moradia, a casa própria, um lugar para morar, para poder criar seus filhos, para poder ir, de manhã, tranquilamente ao trabalho e poder sustentá-los. Não poderíamos ter outra posição que não fosse a de apoiar a autorização que nós vamos dar para a Prefeitura, para o DEMHAB, para transformar em arrendamento residencial esses terrenos, esses espaços para o Programa Minha Casa, Minha Vida.

Eu já tive oportunidade, dias atrás, num grande debate de televisão, de dizer que os Governos deveriam, quando tivessem dúvidas, consultar a Câmara de Vereadores. Nós, na Câmara de Vereadores, aprovamos, por exemplo, o Plano Diretor, que organiza, rege a Cidade, a altura de uma edificação, o tamanho de um terreno, o arruamento. Isso é decidido nesta Casa, e por isso eu, pacientemente, expliquei que, no caso, por exemplo, do Morro Santa Tereza e outras regiões, a primeira coisa que tem de fazer, quando não estiver explícito no Plano Diretor, é solicitar, através de um Projeto de Lei, o Regime Urbanístico, aí a gente sabe o valor de um terreno. Se não houver Regime Urbanístico, a gente não sabe qual é a altura que tem. Na região, por exemplo, da Santa Tereza, você pode construir até 17 ou 18 andares, mas poderia ser uma edificação de três andares: um prédio de três andares tem um valor; de 18, tem outro valor.

Nós também achamos que alguns governantes se esquecem de que existe o Estatuto da Cidade. Quem sabe que existe o Estatuto da Cidade sabe que não pode tirar ninguém, muito menos à mão militar, de uma região próxima à Cidade e enfiar no Cantagalo. Quem conhece as leis da Cidade - se não conhece, que pergunte à Câmara de Vereadores, que a gente conhece - conhece as áreas de preservação. A lei é clara: não pode invadir área de preservação, muito menos pode botar abaixo um prédio que é, por exemplo, patrimônio público.

Eu falo isso para dizer que nós, hoje, vamos aprovar esse Projeto de Lei, porque achamos que isso, sim, dignifica a vida da população de Porto Alegre. Para todos os outros projetos desta Casa ou os que não são desta Casa, os da Assembleia Legislativa, os do Congresso Nacional, nós vamos reivindicar que se faça a coisa certa como a Prefeitura, que, nesse caso, está fazendo a coisa certa, Ver. Cecchim. E eu sempre disse a V. Exª, quando Secretário: a gente não só apoia como sustenta. Agora nós vamos apoiar, aprovar e sustentar. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10. (Pausa.) Desiste.

Apregoo a retificação da Emenda nº 01, de autoria do Ver. Pedro Ruas, ao PLE nº 009/10. (Lê.): “Art. 1º - Insere parágrafo único no art. 5º. Parágrafo único: As moradias das famílias com renda de zero a três salários mínimos mensais constituirão 100% (cem por cento) das habitações a serem construídas.”

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, vou discutir o Projeto de Lei nº 009/10 que autoriza o Executivo Municipal e o Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB) a concederem o uso e doarem imóveis em desapropriação ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), da Caixa Econômica Federal (CEF), na sistemática do Programa Minha Casa, Minha Vida.

Por que eu digo que sei, Ver. Paulinho Rubem Berta? É que esse encaminhamento, essa discussão está sendo propiciada para se ganhar aplausos do pessoal que está aqui com a proposta de apoio à Moção da Verª Sofia Cavedon. Como eu não ando atrás de aplauso, eu quero declarar agora, de início, que, em homenagem ao Ver. João Dib, que foi vaiado pelas pessoas que querem o nosso apoio, eu também vou votar contra. Podem me vaiar agora, não percam o tempo para me vaiar mais tarde. Vou votar contra! Ponto.

O Projeto que autoriza o Executivo Municipal é uma situação, falei com a Liderança do Governo. Eu até nem sei por que esse Projeto, depois de passar pela Comissão de Constituição e Justiça, que diz que o Projeto é bom, legal e regimental, não passou por nenhuma outra Comissão. Então eu quero confessar-lhes que tenho grandes e profundas dúvidas. Inclino-me também a votar contra este Projeto no dia de hoje. Sugiro à Liderança do Governo que adie esses dois Projetos, porque eu, em um colégio pequeno, lá em Quaraí, aprendi a ler, e aqui está escrito que o Município e o DEMHAB vão conceder o uso e, depois, doar imóveis ao Fundo de Arrendamento Residencial. Esse Fundo de Arrendamento Residencial, Ver. Paulinho, nós conhecemos, é aquele arrendamento que a pessoa paga a vida inteira, para depois de determinadas condições, ser ou não utilizado para compra.

Aliás, o Líder do PT, honestamente, disse aqui que os Projetos que o Fogaça mandava para cá eram para vender os terrenos, para assegurar os próprios à propriedade. Agora, se o Município está disposto a dar o terreno, por que, então, não fazer o Projeto pelo próprio DEMHAB? O DEMHAB contratar o Projeto, e não ser incluído no preço final o valor do terreno, porque hoje o que está obstaculizando a construção na faixa de zero a três salários mínimos é exatamente a necessidade de incluir o preço do terreno, o que o Programa não suporta. Senão, Ver. Tarciso, nós estamos abrindo mão da condição da política habitacional, dando um presente para a Caixa Econômica Federal, que vai contratar uma empresa, porque a Caixa não constrói nada, ela vai fazer uma licitação, provavelmente, contratar uma empresa e, ao final, entregar os lotes para determinadas pessoas que se inscreveram e não vai levar em conta sequer se nessas áreas hoje há pessoas morando em cima - exatamente ao contrário do que se está pleiteando aqui. No mínimo, Ver. Paulo, eu queria ser melhor esclarecido.

Eu sou um homem que tem, aqui, pautado pela independência; estou na Câmara, porque o Governo Municipal quer que eu esteja aqui - se não quisesse, eu não estaria -, mas isso não tira a minha independência. Se não forem muito bem esclarecidas as circunstâncias - e agora uma diligente funcionária do DEMHAB tentava me explicar, um pouco antes de eu vir aqui me manifestar -, eu dou duas alternativas ao Governo, propus ao Líder: ou adia e nós vamos clarear essa coisa nos dois Projetos e até antecipamos a votação dessa Moção da Verª Sofia - Moção essa que eu vou votar contra -, antecipamos isso e adiamos. Por que essa urgência para dar as coisas para a Caixa? Vamos clarear bem o que vai acontecer. Dizem que há funcionários do DEMHAB que querem nossos esclarecimentos... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu gostaria de cumprimentar as comunidades que visitam esta Casa. Eu conversava com o Ver. Haroldo sobre a coincidência de estarmos trabalhando aqui dois Projetos de Lei que têm a ver com habitação popular, e, por outro lado, vocês estarem aqui, pedindo uma posição. Eu gostaria de me referir ao Ver. Paulinho Rubem Berta, ao Ver. Pujol, pois a comunidade está esperando que a Câmara de Vereadores como uma instituição representativa de Porto Alegre, diga aos deputados, à Assembleia Legislativa, diga à Governadora que a Cidade precisa discutir melhor esse tema. E nós representamos a Cidade; nós não podemos ficar, depois, só com o estrago feito.

Então eu queria dizer que é nesse sentido que eu coloquei a Moção, e gostaria que nós avaliássemos, e não na guerra partidária, porque, aqui, as comunidades não têm vinculação partidária, estão lutando pela sua vida, pela sua dignidade. E é verdade! É verdade, porque vários Vereadores, aqui, já identificaram parcerias suas na comunidade presente.

 

O Sr. DJ Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, Verª Sofia, pelo aparte. Eu concordo plenamente com V. Exª, e quero ser breve. As causas que nós temos que defender e dar prioridade sempre são as do nosso povo, principalmente aquele povo que precisa do auxílio e da luta deste Parlamento e também de seu Governo, até mesmo porque esse povo paga impostos, tem direitos.

Eu não sei se sou um caso isolado dos 36 Vereadores, mas eu gostaria de ter recebido esse Projeto, eu não conheço o Projeto. Quero reforçar aqui, desculpe, eu não sei se os Vereadores receberam, mas eu não recebi o Projeto, eu gostaria de conhecer o Projeto, até para não cometer nenhum erro. Muito obrigado.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. DJ. Quando o Ver. DJ diz isso, ele tem toda a razão, e é o alerta que eu faço. Nós vamos votar a favor desses dois terrenos para o Programa Minha Casa, Minha Vida, porque Porto Alegre não tem mais terreno para habitação popular. Nós não podemos nos dar ao luxo de liberar qualquer área pública que não seja para habitação popular. Por outro lado, Ver. DJ Cassiá, o Estado ...

 

(Aparte antirregimental do Ver. DJ Cassiá.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Não, eu falei agora do Programa Minha Casa, Minha Vida.

 

(Aparte antirregimental do Ver. DJ Cassiá.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Não, o DJ Cassiá falou do Projeto do Estado. O Ver. DJ Cassiá, com toda a razão, diz que a Cidade tem que tomar conhecimento, e veja, Vereador, não fizeram audiência, não perguntaram à Cidade, sequer perguntaram à população, e está em votação em Regime de Urgência. Na terça-feira, será votado sem parecer de nenhuma Comissão, Ver. Dib. Hoje nós estamos muito esclarecidos sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida, e vamos votar a favor desses dois terrenos. O que a gente precisa é exigir o respeito em relação a todo o Morro Santa Teresa, o respeito às comunidades que moram lá, o respeito à Cidade de Porto Alegre, que tem que se manifestar se aceita abrir mão de área pública, porque alienação de área pública é só por interesse público; não pode ser por outros interesses que não sejam públicos. E um dos órgãos que tem que avaliar é esta Câmara, porque nós somos os ouvidores do conjunto das comunidades de Porto Alegre, e o nosso Prefeito Municipal também. Se não contarem conosco, com quem as comunidades contarão? A quem elas apelarão, se o Ministério Público, nesse mesmo sentido, está se manifestando dizendo que não dá para votar em Regime de Urgência, porque é muito complexo, é muito grande, e as famílias já têm direito àquela área, já têm direito à moradia em cima dela?

Eu quero elogiar o Prefeito Fortunati por encaminhar medidas para que o Programa Minha Casa, Minha Vida saia do papel em Porto Alegre, porque ele ainda está no papel na nossa Cidade, infelizmente! Em outros lugares do País, ele está dando dignidade às pessoas. Quero elogiá-lo, e vamos votar com ele. Vamos votar contra a posição da Governadora Yeda e de alguns Deputados que querem tirar terreno de quem precisa de moradia digna e tem direito a ela. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero dizer que o aplauso sempre é bem-vindo. Quero dizer que a crítica, muitas vezes, também é bem-vinda quando ela é construtiva, mas quero dizer que a atenção também é importante - ela é muito importante, gente! Olha, eu quero ter consciência do que estou dizendo, para mais tarde não me arrepender e ser cobrado de que alguém procedeu mal por uma questão ou outra. Como é que alguém poderá votar em algo sem conhecimento? Seria hipocrisia da minha parte se não alertasse os moradores.

Procuro buscar informações sobre tudo; por isso eu trago uma reportagem do jornal Zero Hora, de quarta-feira, 2 de junho, em que especialistas que estão analisando isso dizem o seguinte - está aqui e está ao alcance de todos (Lê.): “Esse Projeto de Lei, na busca de recursos para atender às metas referidas, propõe ainda a alienação da área em frente ao Estádio Beira-Rio, que vai da Avenida Padre Cacique até a Vila Cruzeiro, a qual se dará por licitação pública, que, por sua vez, terá a fiscalização não só dos órgãos de controle do Estado, como CAGE e Tribunal de Contas, como também do Tribunal de Justiça, do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil e do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Prevê também o Projeto de Lei, tendo em vista que parte da área da FASE encontra-se ocupada irregularmente por comunidades de pessoas humildes, o reconhecimento de que elas têm direito à ocupação desse espaço. Por fim, o Projeto prevê a imperiosa observância da legislação ambiental e de preservação do patrimônio urbanístico, devendo ambas integrar o processo licitatório para o qual se pede autorização”.

Prestem muita atenção! Muita atenção! Tem que ser discutido o Projeto, estou de pleno acordo; estamos de comum acordo que tem de ser analisado. Bom, eu acho que vocês têm de pegar isso e se aprofundarem.

Em segundo lugar, quanto ao projeto para a passagem do terreno do DEMHAB, uma coisa também precisa ser analisada nisso: não é uma doação para os moradores; é um terreno pelo qual talvez tenham que pagar pelo resto da vida e nunca serem donos. Tem que haver consciência disso. Isso come na mesa conosco! Isso faz parte do salário das pessoas.

Então, minha gente, muita atenção! Leiam, procurem se informar. Não é o primeiro grito que vence, mas o grito do bem-informado. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Este Vereador se inscreve e cede seu tempo para o Ver. Engenheiro Comassetto. O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores, cumprimento a Isabel Soriano, que está aqui representando o Dr. Goulart, Secretário de Habitação do Município.

Eu quero agradecer o meu colega, Ver. Mauro Pinheiro, pela cedência do tempo, porque eu fui provocado para vir a esta tribuna, na fala do meu querido amigo, Ver. Reginaldo Pujol, e também na fala do Ver. Paulinho Rubem Berta.

Nós não somos da base do Governo; somos da oposição, mas, quando um Projeto vem para qualificar a Cidade, orientar e cumprir uma política que é federal para corrigir injustiças, não podemos votar contra. Justifico: primeiro, no Projeto de Lei que aqui está, o Município está remetendo para a Caixa Econômica Federal um conjunto de mais ou menos quinze áreas distribuídas por toda a Cidade. Analisando por cima a grandeza dessas áreas, dá para construir em torno de dez mil unidades habitacionais de interesse social. Portanto, nós estamos tratando, Ver. Pujol, de libertar essas pessoas da exploração dos loteadores irregulares, dos comandantes do tráfico de drogas das vilas irregulares. Nós estamos tratando de um Projeto que é do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida, e que tem que ter uma parceria entre o Governo do Estado e o Governo Municipal. Com a Emenda que propõe o Ver. Pedro Ruas, Ver. Paulinho Rubem Berta, esses moradores não pagarão um centavo pela casa. Essa casa é feita da seguinte maneira: o Município, com a nossa autorização, destina os recursos para a Caixa Econômica Federal, para o FAR - Fundo de Arrendamento Familiar -; a Caixa aprova o projeto que o Executivo manda, que o DEMAHB manda, e contrata uma empresa que vai construir e paga essa empresa. O DEMAHB, com aquela inscrição que lá tem - já há 55 mil pessoas inscritas -, orienta e destina as residências para as pessoas que não têm salário, que são as que têm renda de zero a três salários mínimos. Portanto este é um projeto altamente subsidiado, e o subsídio com que o Município está entrando, neste momento, neste Projeto, é com o terreno, e o Governo Federal entra com todos os outros recursos, paga o projeto, a execução do projeto, o arquiteto que vai desenhar o projeto, paga a empresa que vai construir, e esse dinheiro é do Fundo de Arrendamento, que não tem reembolso. Portanto, esse recurso é a fundo perdido e é dentro da política federal e da Lei que nós já aprovamos aqui na Casa, a Lei do Minha Casa, Minha Vida. Nós aprovamos uma legislação que permite que o Município faça isso.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ouço V. Exª com toda a atenção. Vereador, nós sabemos como funcionam os arrendamentos residenciais da Caixa: paga-se a vida toda e, ao final, em determinadas condições, é vendido. Esse é o programa de arrendamento residencial.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: O arrendamento residencial antigo era assim, Ver. Pujol, mas, quanto ao projeto Minha Casa, Minha Vida, como aqui está, o senhor está equivocado. Se a população não tem renda, é zero; a prestação mínima que vai pagar é de cinquenta reais, quando tem um salário baixíssimo, até três salários mínimos. A sistemática mudou.

Portanto eu peço aos colegas Vereadores que votemos, sim, este Projeto porque é para atender à política habitacional do Município de Porto Alegre, uma política brasileira, que é de integrar essas pessoas, dar casa para quem precisa e utilizar o recurso do Estado. Quando foi para votar aqueles outros que eram para vender, todos votaram, não quiseram discutir. Agora tem que prorrogar. Por quê? (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLE nº 009/10.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; colegas Vereadores e colegas Vereadoras; público que acompanha a Sessão no dia de hoje, eu me inscrevi também para dar a minha opinião, até porque, quando foi lançado o primeiro empreendimento em Porto Alegre, do Programa Minha Casa, Minha Vida, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal, nós estávamos ouvindo o Presidente da Caixa Econômica Federal, que dizia que o Governo Lula tinha disponibilizado recursos para autorizar, somente em Porto Alegre, mais de 10 mil apartamentos ou casas do Programa Minha Casa, Minha Vida e que, apesar da demora dessa relação e parceria com o Governo Municipal, ele tinha esperanças de que o Governo pudesse implementar essas 10 mil unidades para atender à demanda em Porto Alegre. Alguns meses depois, houve aquelas inscrições, mais de 40 mil cidadãos se inscreveram para esse Programa.

Nós percebemos ali que uma das políticas que deu certo no Governo Lula foi exatamente dar estrutura à Caixa Econômica Federal, ao Banco do Brasil, a bancos que tivessem relação com o Governo e que pudessem possibilitar, sim, recursos financeiros para esses financiamentos para a área social.

Por outro lado, percebemos que Porto Alegre teria dificuldade de conseguir áreas disponíveis, porque são empreendimentos que não são apenas de 40, 100 unidades; a grande maioria é de 200, 300, 500. Falo de um aqui, próximo ao Carrefour, no Partenon, que este Vereador acompanha: são 1.200 unidades do Programa Minha Casa, Minha Vida. As pessoas que estão em área de risco terão prioridade para a colocação, e esta comunidade que está aqui não é diferente, está numa área considerada do Estado, mas, pela permanência há tantos e tantos anos, teriam o direito assegurado através do Estatuto da Cidade, que, por sua vez, existindo há mais de cinco anos, lhes daria a garantia de permanência.

Por outro lado, o Governo do Estado discute um Projeto de Lei que acaba deslocando esses cidadãos sem fazer uma discussão pontual. E é lógico, é democrático e é de direito que esses cidadãos passem a construir uma luta para não só se estabelecerem ali, mas para poderem ter, também, financiamentos federais para construírem um programa semelhante a estes que estamos discutindo agora, da Caixa Econômica Federal, para se estabelecerem e terem um pouquinho de dignidade, coisa que, até então, não estão tendo, porque o Governo do Estado está mostrando claramente qual é a política, a da descentralização, a da permuta ou a da venda da área que já é do Estado, que poderia, ela mesma, fazer parte ali, e parte dela ser utilizada para a colocação dessas famílias que hoje estão aqui na Câmara para reivindicar esse direito.

Por essa razão, acredito eu que essa apreensão da comunidade é uma coisa natural, porque, quando a comunidade vê que outras comunidades como estas que estão sendo discutidas hoje estão sendo contempladas, por que eles também não o são? Por que o Governo Municipal, sabedor dessa realidade dura e crua de que o Governo Estadual poderá estar despejando eles no amanhã, não os chama para discutir uma nova alternativa de inclusão e de possibilidade de dignidade? É isso que estabelece essa indignação da comunidade de parte de Porto Alegre, que está visitando a Câmara de Vereadores.

É claro que o Governo Lula continuará com esses projetos estratégicos que, somente em 2010, somam mais de 504 milhões de reais que irão ampliar o Programa Minha Casa, Minha Vida. E por esta razão, tenho certeza absoluta de que nós queremos aqui construir uma possibilidade concreta de que essa comunidade também seja contemplada.

 

O Sr. Paulinho Rubem Berta: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre colega, Ver. Paulinho Rubem Berta, dou-lhe um aparte.

 

O Sr. Paulinho Rubem Berta: Vereador, quero lhe agradecer o aparte e, após a colocação do Ver. Comassetto, quando ele garante que eles não pagarão, este Vereador irá votar a favor do Projeto.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: No Programa Minha Casa, Minha Vida, todos nós sabemos que aqueles que ganham de zero a três salários mínimos pagam, no máximo, 50 reais, por dez anos; depois, acaba amortizando.

Então, nós não vamos vender uma coisa que não é a realidade. Por esta razão, a Caixa Econômica Federal, inclusive, tem uma cartilha para esclarecer o Programa Minha Casa, Minha Vida. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não há mais quem queira discutir. Em votação a Emenda nº 01 ao PLE nº 009/10. (Pausa.)

 

(Manifestação do Ver. Reginaldo Pujol fora do microfone. Inaudível.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Pois não, Ver. Reginaldo Pujol; sem problema, Vereador, só que eu perguntei, esperei e não vi a sua manifestação. O senhor me desculpe.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Esta Emenda que V. Exª está falando ingressou agora? Já foi distribuída?

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Correto, Vereador. Para encaminhar a matéria, então.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Não, não; antes de encaminhar, eu consulto V. Exª se essa Emenda que V. Exª estava pretendendo colocar em votação ingressou agora e se foi distribuída cópia aos Vereadores? A Casa sabe o que está votando?

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda foi requerida há poucos instantes e foi lida em plenário; é a Emenda nº 01, de autoria do Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Estão me dizendo que o Líder do Governo foi esclarecido.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não, não; a Emenda foi lida por este Vereador.

 

O SR. PEDRO RUAS: Em auxílio à Mesa e ao debate, quero dizer que, evidentemente, o Ver. Reginaldo Pujol tem todo o direito de receber a Emenda, e tem que recebê-la, evidentemente. Com relação ao conteúdo - esclareço ao Ver. Pujol -, conversei com o Líder do Governo, o Ver. João Dib, para apresentar a Emenda, mas V. Exª tem razão quanto à leitura e à distribuição, enfim.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu, inclusive, ouvi a Vereadora falar da tribuna, inclusive fiz um aparte e a cumprimentei no aparte. Acho que esta Emenda pode ser até a salvação do Projeto. Eu estava discutindo agora com os interessados e vou pedir, inclusive, a suspensão no momento e não encerrarmos a discussão, porque eu quero apresentar uma Emenda também!

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A discussão está encerrada, Vereador. V. Exª pode encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Exª colocou em votação um projeto sem que a Casa conheça o seu teor, porque a Emenda que V. Exª vai colocar em votação, em primeiro lugar, não é do conhecimento da Casa; é regimental, e teria que ser dispensada, ainda, para as Comissões.

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não necessariamente precisa passar pelas Comissões, Vereador, porque o Projeto de Lei está no art. 81. Realmente, o senhor tem razão, não foi distribuída para os Vereadores, apenas foi lida pela Mesa, mas estamos fazendo as cópias por solicitação do Vereador, e serão entregues aos demais Vereadores.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Por que não suspende a Sessão enquanto não chega? Porque eu não vou me manifestar sobre uma Emenda cujo teor eu não conheço, Sr. Presidente. É a última oportunidade que vou ter de falar. Eu tenho esperança até de que a Emenda possa facilitar uma solução para mim.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Proponho que seja encaminhada por outros Vereadores enquanto é feita a cópia da Emenda para a distribuição.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, que seja suspensa a votação enquanto não forem entregues as cópias da Emenda. Eu tenho que ter, pelo menos, um respeito aos meus Pares, que eles saibam o que estão votando.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda não será votada enquanto não chegar às suas mãos a cópia. Informo que os Vereadores podem encaminhá-la antes da votação. Não será votada enquanto a cópia da Emenda não chegar aos Vereadores.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, os Vereadores que vão encaminhar têm que saber o que estão encaminhando, porque, se não tivermos em mãos tudo aquilo que nós vamos votar, é impossível fazer o encaminhamento. Por favor!

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Está bom, Vereador. Então suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h39min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro - às 15h41min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 009/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, da tribuna eu fiz um apelo no sentido até de que esta votação fosse adiada. Pode ser em função das minhas limitações, eu não tenho muita experiência nessa circunstância de habitação popular e de financiamentos do Governo Federal, e, provavelmente, por essas limitações, eu tenha dificuldade de ver o real objetivo do Projeto, aonde nós vamos chegar com ele. Fala-se muito no Programa Minha Casa, Minha Vida, e, na Lei que estamos votando, não há uma vírgula a respeito disso. Agora quero, inclusive, saudar o PSOL - Ver. Pedro Ruas e Verª Fernanda Melchionna -, porque o parágrafo inserido no art. 5º ameniza as minhas dúvidas consideravelmente, porque pelo menos, pela primeira vez no Projeto, fica escrito a quem se destinam as casas a serem construídas. Não resolve de um todo, porque, em verdade, durante dez anos - agora foi conversado na tribuna -, esse povo que for morar nos locais vai pagar 50 reais por mês, no máximo - é o que dizem, não está escrito em lugar nenhum; eu estou confiando na palavra do Ver. Aldacir Oliboni, que é um homem de palavra e, como tal, merece a minha crença.

Eu sei que o Programa Minha Casa, Minha Vida tem dado muito discurso, e agora se vê que, aqui em Porto Alegre, por exemplo, não há uma casa pronta nessa faixa de até três salários mínimos. Para que isso ocorra, Ver. Idenir Cecchim, o Município tem que dar os terrenos. Eu não vou comprometer ninguém, mas não vou precisar que ninguém me diga, e eu vou afirmar: se isso não ocorrer, não vem dinheiro para Porto Alegre. Essa é a verdade. Então eu quero dizer, lisamente: eu adoro o Departamento Municipal de Habitação; a minha vida está vinculada a esse órgão; fazer casa popular para mim não é novidade, fiz milhares, e o Ver. João Antonio Dib sabe disso. Mas, no meu tempo, Vereador, quando o senhor era Prefeito, os projetos não vinham com as imperfeições desses que estão vindo; eram claros. Nós nunca ficamos cobrando aluguel de ninguém. E nós, aqui nesta Casa, o senhor, principalmente, Ver. João Antonio Dib, inúmeras vezes condenou o aluguel perpétuo que foi imposto nesta Cidade nos 16 anos do PT! Eu vou dizer que duas razões me fazem mudar de opinião, e só não muda de opinião quem não a tem, eu vou votar atendendo ao seu apelo, Ver. Dib, com medo de me arrepender amanhã e em homenagem ao esforço do PSOL, que, em grande parte, corrigiu esse Projeto mal-escrito.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 009/10.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, venho, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dizer, mais uma vez, que votaremos favoravelmente, mas é incrível como se traz os traços ideológicos quando se tem que fazer uma discussão que beneficie aqueles que realmente precisam. A demagogia se expressa, é verdade - palavras do Ver. Haroldo de Souza - e por quê? O Projeto é claro. Nós aprovamos aqui, em 2010, neste ano, a Lei que institui o Programa Minha Casa, Minha Vida, a Lei Complementar nº 636, na qual nós já criamos todos os critérios permitindo que o Município faça a doação dessas áreas para a Caixa Econômica Federal, mais especificamente para o Fundo de Arrendamento Familiar, cujo dinheiro é proveniente do FAT, do Fundo de Amparo ao Trabalhador. E o que diz na Lei que nós aprovamos e no FAT? Que esses imóveis serão destinados exclusivamente às pessoas que recebem de zero a três salários mínimos. Portanto a Emenda do Ver. Pedro Ruas só veio esclarecer o que já está lá na Lei, ou seja, essa é a realidade. E nós estamos destinando imóveis para vários cantos da Cidade, onde poderão ser construídas, Ver. Cecchim, até dez mil unidades habitacionais.

Eu não vi o Ver. Pujol e outros virem a esta tribuna fazer uma defesa - como estão fazendo aqui, gerando dúvidas - quando o Governo Fogaça mandou um projeto para esta Casa que permitia a venda de mais de 27 áreas para a iniciativa privada, não contemplando a habitação de interesse social. É isso que nós temos que analisar, sim, nesse momento.

Esse Projeto do Executivo Municipal está correto sob o ponto de vista da política de desenvolvimento urbano que se está construindo neste País. É uma política correta. Pela primeira vez, o Governo Municipal está enviando a esta Casa as áreas públicas do Município ou as que o Governo esteja desapropriando, para que elas sejam destinadas à habitação de interesse social.

O Ver. Paulinho Rubem Berta, em seu pronunciamento, disse que o Comassetto garante que nada será cobrado. Não sou eu quem diz isso; é o Projeto, é o programa nacional, é a Lei Minha Casa, Minha Vida, que já foi aprovada, é a Lei nº 11.977, do Governo Federal, e a Lei nº 636, que foi aprovada nesta Casa, que garantem isso. Garantem que, se a pessoa não tiver renda, ela não pagará nada, ganhará 100% construído. Mas, conforme a renda for aumentando, a pessoa começa a pagar uma pequena parcela, o que é justo, pois esse dinheiro reverte para o Fundo, que vai construir outras casas. Agora, perguntem a essa comunidade que está aqui, Ver. Paulinho Rubem Berta, quanto cobram por um barraco, com um quarto, sala e banheiro, lá no Parque dos Maias? Duzentos reais! Muito mais do que uma prestação do Programa Minha Casa, Minha Vida. E é com isso que nós temos que acabar em todas as comunidades. Inclusive, prezado Paulinho Rubem Berta, estão previstos aqui terrenos no Parque dos Maias, no Rubem Berta, em que poderão ser construídas até dez mil unidades habitacionais. Então, são esses os detalhes que talvez não tenham sido explicitados aqui no Projeto, que deveria dizer o tamanho, quantas habitações poderia haver em cada terreno. Bom, mas, à luz das leis que nós já aprovamos e da legislação federal existente, pelo menos fica claro que este Projeto está correto sob o ponto de vista da política de habitação de interesse social, que destina para o FAR, que é de zero a três salários mínimos. E quem não tem renda pagará zero, ganhará 100% da sua moradia digna. É disso que nós estamos tratando.

Portanto, não temos que ter dúvidas do Projeto e da política que está aí, que é a política do Programa Minha Casa, Minha Vida, elaborada com o Governo Federal, mas que só é executada se o Município construir a parceria e produzir conjuntamente. Votaremos favoravelmente ao Projeto.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Apregoo o Memorando nº 07/10, de autoria dos Vereadores Elias Vidal, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques e Tarciso Flecha Negra, que solicitam representar esta Casa no dia de hoje, das 15h30min às 16h30min, na Secretaria Municipal de Governança Local - SMGL. Os Vereadores acompanharão a comunidade da Tristeza em reunião pré-agendada com o Secretário Cézar Busatto.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 009/10.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores, o Ver. Reginaldo Pujol, quando esteve aqui na tribuna, falou em um instituto que, lamentavelmente, existia aqui neste Município e que infelicitou muitas pessoas, porque eu acredito que isso foi um dos maiores roubos praticados contra a população pobre: o Direito Real de Uso. As pessoas pagaram por alguma coisa que não lhes pertenciam. Então, infelizmente, nós tivemos que conviver durante um período de nossa história com esse tal de Direito Real de Uso, que esta Câmara conseguiu derrubar ou fez as modificações necessárias para que ele não cometesse as crueldades que cometeu com a população mais carente.

As explicações do Ver. Engenheiro Comassetto estão quase todas corretas. Quase todas. O Ver. Engenheiro Comassetto erra apenas no seguinte: não está escrito na Lei que a população que tem renda de zero a três salários mínimos não vai pagar absolutamente nada pelo imóvel que vai conseguir. Isso não está escrito lá. Há um mínimo que as pessoas vão pagar e, se porventura elas não tiverem as condições de pagar, é claro que não vai se fazer uma ação para tomar esse imóvel, mas não está escrito na Lei, Ver. Engenheiro Comassetto, que esse imóvel é absolutamente gratuito. As pessoas com renda de zero a três salários mínimos vão pagar um mínimo, mas vão pagar.

Por isso eu acho que a Emenda do Ver. Pedro Ruas e da Verª Fernanda Melchionna é absolutamente justa, correta, porque vem clarear o Projeto e fazer alguma coisa que acredito que nós devemos defender nesta Casa: o dinheiro público deve ser para financiar essas famílias com essa faixa mínima de renda, porque são as famílias que realmente precisam. As outras, não é que sejam ricas, mas devem receber um outro tipo de tratamento. Agora, o dinheiro público deve dar as condições necessárias para que essas famílias com renda de zero a três salários mínimos possam morar. Então, eu acho que ficou muito bem. Vou votar com a Emenda nº 01 de V. Exª, Ver. Pedro Ruas, porque ela clareia o Projeto e dá para nós a certeza, meu querido amigo Mario Manfro, de que, realmente, apenas as famílias de zero a três salários mínimos vão ter acesso às casas que serão construídas neste Projeto. Com toda a certeza, nós, da Bancada do PSDB, meu querido amigo Mario Manfro, que está comandando a Mesa Diretora dos trabalhos, nos filiamos a esta política de financiar essas famílias.

Quero dizer ao meu amigo Reginaldo Pujol que estivemos presentes - inclusive fiz questão de filmar - quando cerca de cem casas foram entregues, recentemente, acredito que no início da semana, e que estão nesta faixa de renda - de zero a três salários mínimos -, ali na região do sambódromo, mais atrás do sambódromo. Ali foram entregues cerca de cem casas. Nós tivemos a oportunidade de filmar essas casas e vimos que elas são de boa qualidade. Nós gostamos do que vimos naquele local. Portanto nós vamos, com toda a certeza, apoiar o Projeto e a Emenda n° 01, da Bancada do PSOL.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para encaminhar a votação do PLE n° 009/10.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; Ver. Nilo Santos, eu fiquei muito preocupado com a fala do Ver. Comassetto; não exatamente com a fala do Ver. Comassetto, mas com o ciúme do Ver. Comassetto pela Bancada do PSOL. Ele ficou tão ciumento da Emenda da Bancada do PSOL, ficou com tanto medo de perder a autoria, que começou a dizer um monte de bobagens, por exemplo: “nós estamos encaminhando tantos terrenos”. São 15 terrenos que estamos votando hoje. Quinze, alguns muito pequenos, é verdade, mas este é um Projeto do Executivo. Para quem ouve o Ver. Comassetto falar, parece que ele faz brotar terrenos na Cidade para doar para os outros; ele faz a chamada “esmola com o chapéu alheio”. Acho que V. Exª não faz nada mais do que a obrigação, Ver. Comassetto, ao votar a favor deste Projeto, um Projeto que é social, um Projeto que tem que ser votado, preservando-se a opinião de cada um, porque é um Projeto da Cidade, é um Projeto para as pessoas que precisam morar. Eu quero, Ver. Luiz Braz, concordar com Vossa Excelência: um projeto com que a Caixa queira ajudar os pobres tem que ser melhor definido. Eu não sei se esse Projeto se pode chamar de Minha Casa, Minha Vida; “Minha Casa, Minha Dilma” ou “Minha Casa, Minha Dívida”. A Caixa Federal tem que participar um pouco mais e não ficar cobrando aluguel. Na verdade, acho que todo o mundo até faz questão de pagar um pouco. Deem emprego para a população mais pobre, que ela paga em dia. Os pobres não querem esmola; eles querem dignidade, querem trabalho, emprego, porque eles sabem cuidar da sua moradia, da sua família, melhor que qualquer governo; melhor que o Governo Federal, melhor que o Governo Estadual, melhor que qualquer governo. As pessoas sabem cuidar das suas famílias.

Então, vamos parar de fazer demagogia! Vamos votar, mas com a consciência de que se está votando para a Cidade, e não para um ou dois Vereadores. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação a Emenda nº 01 ao PLE 009/10. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, o PLE nº 009/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM.

 

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 1481/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/10, que autoriza o Município de Porto Alegre a doar bens ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), da Caixa Econômica Federal (CEF), na sistemática do Programa Minha Casa, Minha Vida – Porto Alegre; e autoriza o Departamento Municipal de Habitação (DEMHAB) a doar próprios seus e a proceder à escolha de construtoras para realização ou implementação de projetos de habitação popular.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1º, VIII, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM em 02-06-10.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 010/10. (Pausa.)

 

O SR. PEDRO RUAS: Uma questão de esclarecimento que eu acho que auxilia na rapidez da nossa votação, Presidente dos trabalhos, Ver. Mario Manfro: o PSOL, eu e a Verª Fernanda Melchionna, não apresentamos a mesma Emenda nesse Projeto - eu falava, agora há pouco, para a S. Exª, o Ver. João Dib -, porque, neste Projeto, o artigo 4º diz exatamente o que a nossa Emenda do primeiro Projeto dizia. Então neste não há Emenda e não há necessidade dela. Obrigado, Sr. Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Já está contemplado no próprio corpo do Projeto.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, na mesma linha do PSOL, para evitar delongas, eu quero dizer que, ao contrário do outro, o artigo 2º do Projeto diz que as áreas de terras referidas no artigo 1º são gravadas para uso habitacional de interesse social. O art. 4º, este, para mim, é mais elucidativo ainda, quando diz claramente o seguinte: o DEMHAB - Departamento Municipal de Habitação - procederá ao chamamento público para a escolha de construtora que implementará projeto habitacional para baixa renda, na faixa de até 3 salários mínimos de renda familiar, na sistemática do Programa Minha Casa, Minha Vida de Porto Alegre. Este está claro, Sr. Presidente, não padece de dúvida. No meu juízo, não precisa ser discutido nem encaminhado; precisa ser votado e aprovado.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 010/10. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 044/10 – (Proc. nº 2160/10 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de Repúdio ao PL 388/09 – que tramita na Assembleia Legislativa/RS –, que autoriza o Governo do Estado a vender ou permutar área pública destinada à implantação de unidades descentralizadas de atendimento a menores infratores.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento nº 044/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, apenas quero informar que, na construção com todos os Vereadores, combinamos não fazermos encaminhamentos, para votarmos imediatamente, uma vez que já fizemos o debate do tema. Eu queria chamar atenção de que a própria Ementa da Moção fala na retirada da urgência do Projeto, e esse é o sentido do nosso posicionamento. Obrigada.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Presidente, eu sou Líder de uma das Bancadas, e não fui consultado a respeito desse assunto. Portanto, vou encaminhar a Moção.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; senhoras e senhores, eu acredito que um dos institutos que menos contribuição traz para todos nós como instituição representativa da sociedade é essa tal de Moção de Repúdio, porque Moção de Repúdio, minha querida amiga Verª Sofia Cavedon, na verdade atrai apenas antipatias; ela não é capaz de angariar apoios necessários para que uma questão possa ser resolvida. Nós somos absolutamente favoráveis a que a questão dos moradores seja uma questão resolvida, a que ela possa ter um bom encaminhamento, mas não é através, principalmente nesta Casa, da votação de uma Moção de Repúdio que nós vamos resolver este problema. Quando nós estamos numa luta como esta, eu sou favorável a que nós possamos somar forças, e não dividir forças. Eu mesmo não sou, e, mesmo que me vaiarem, que não me aplaudirem, jamais vou ser contrário à população que realmente precisa. Eu acho que os senhores estão aqui numa luta legítima para poderem continuar morando onde estão e possam receber ali todo o aporte de recursos necessários que as administrações tanto aqui do Município, quanto do Estado, quanto da União são obrigadas a oferecer aos senhores.

Agora, a Moção, Ver. João Dib, só se presta para demagogias; ela não se presta, na verdade, para soluções. Eu sei que a Verª Sofia tem qualidade muito superior e não precisa, simplesmente, apresentar uma Moção nesta Casa para atrair alguns aplausos! Eu sei que a Verª Sofia não precisa fazer isso para atrair aplausos, até pela qualidade da Vereadora. Então eu realmente gostaria que esta Casa não se prestasse a esse jogo que está sendo proposto neste exato instante, e que nós possamos, é claro, prestar apoio à luta da comunidade, para que a melhor solução para a comunidade possa se dar. Agora, não é através do jogo demagógico que nós vamos fazer isso. Não é através de afastar forças que nós vamos conseguir ganhar essa luta; nós temos que reunir esforços. Eu duvido, meu querido amigo Ver. Adeli Sell, que exista nesta Casa algum Vereador que seja contrário à luta dos moradores ou que considere ilegítima a luta dos moradores. Não existe nenhum dos Vereadores desta Casa. Por que não reunir o apoio de todos, meu querido amigo Nilo? Por que afastar apoios? Nós temos que estar juntos, todos nós, mas não é através de uma Moção de Repúdio que vamos fazer isso. Assim, nós vamos apenas afastar pessoas. Não é assim que se faz o jogo político legal, não é assim que vamos fazer com que a sociedade possa alcançar as conquistas necessárias para estar melhor.

Assim, pensando dessa forma, eu não vou votar a Moção de Repúdio proposta pela Verª Sofia Cavedon e peço para que ela encontre um outro caminho, para que nós todos possamos, juntos, apoiar a comunidade que aqui está. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/10.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhores e senhoras que nos acompanham, eu vou encaminhar também porque eu não havia entrado nesse acordo de não falar. Isso tem que ser melhor consultado, para não acontecer esse tipo de equivoco, Verª Sofia Cavedon. Apenas vou deixar bem clara a posição do PTB, e eu vou na mesma linha do Ver. Luiz Braz, ou seja, fazer uma Moção de Apoio, então, àquela comunidade que mora lá. Para esse movimento, não é necessária uma Moção de Repúdio, e sim uma Moção de Apoio, então, à comunidade que mora naquele local, até porque, para que fique bem claro, Ver. Luiz Braz, para que fique bem claro: alguém disse que nós, nesta Casa, temos o poder de decidir se a área será vendida ou não será vendida. Isso é um engano! Nesta Casa, nós não temos poder para isso. Isso é uma discussão estadual, é na Assembleia Legislativa. Se alguém disse aos moradores daquela comunidade lá que os Vereadores têm poder de decidir, infelizmente quero dizer que nós não temos esse poder. Claro que, se nós tivéssemos o poder de decidir a venda ou não, é claro que nós protegeríamos as comunidades que moram lá, mas isso é discutido dentro da Assembleia Legislativa, tanto que o Projeto nem veio para cá!

Quando nos mandarem discutir algo sobre o Projeto, aqui nesta Casa, nós vamos discutir, nós sempre vamos enfrentar o tema. É claro que somos favoráveis à comunidade, é claro! Vereadora Sofia Cavedon, nós não queremos que a comunidade, que as pessoas que moram no Morro entrem em choque, neste momento, com a Governadora, porque isso dificulta qualquer negociação.

Então, Verª Sofia Cavedon, nós solicitamos que a senhora retire essa Moção de Repúdio à Governadora e faça algo mais construtivo; uma Moção de Apoio a toda a comunidade que mora no Morro, abrindo um espaço para que ela seja ouvida pela Governadora, e, com certeza, todos os Vereadores assinarão.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. NILO SANTOS: Isso, exatamente, para que a comunidade possa sentar com a Governadora, para que a comunidade também possa sentar com os deputados, solicitando a retirada de urgência, mas isso não vai ser com uma Moção de Repúdio.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. NILO SANTOS: Para deixar claro para a comunidade: a Moção de Repúdio não vai resolver nada! Neste momento não resolve nada! A ação deve ser outra. Vereadora Sofia Cavedon, sente com o Ver. Luiz Braz, que é representante da Governadora Yeda nesta Casa, sente com o Ver. Mario Manfro. Sente com eles, agende um espaço para que a Governadora ouça a comunidade. É muito mais positivo, Ver. Nedel, que se construa isso do que uma simples Moção de Repúdio. Essa Moção de Repúdio, até chegar lá, já passou a terça-feira, entenderam? Vai ser votada a Moção de Repúdio, mas não vai interferir em nada e não vai causar efeito algum! A minha sugestão, senhoras e senhores - parece-me que a Verª Sofia tem trânsito com o Ver. Luiz Braz -, é que se construa um espaço para que a comunidade seja recebida, na sexta-feira, pela Governadora. Essa é a minha sugestão, esse é o meu encaminhamento, Ver. Pujol. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras ...

 

(Tumulto nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Há um orador na tribuna, por gentileza.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes, eu acredito que esse encaminhamento da Verª Sofia Cavedon, com as manifestações que já tivemos, foi importante porque sinaliza, nos dá a possibilidade de falar sobre a Moção de Repúdio. E a discussão desta Moção, aqui na Câmara, é positiva, altamente salutar e positiva na minha modesta visão, até em auxílio à comunidade, que pede o apoio à comunidade e repúdio ao Projeto. Por quê? Porque se nós, aqui na Câmara, aprovarmos, Verª Sofia Cavedon, a Moção de Repúdio, significa que nós estamos sinalizando aos nossos deputados estaduais, muito especialmente eu, ao meu Partido que está lá, que votem contra. Então o que acontece? Acontece que a Moção de Repúdio pode ser, neste momento, bastante favorável ao apoio à comunidade. Por quê? Porque nós vamos dizer à Assembleia: “Nós somos contra”. (Palmas.) E, se nós dissermos aqui que nós somos contra, nós estamos dizendo aos nossos deputados lá que pensem muito bem, que reflitam bem, que entendam bem, que compreendam que o que está sendo discutido lá e que votem contra. É por isto que eu me inscrevi para falar agora, para dizer que esta polêmica do repúdio muitas vezes é um grande instrumento que nós temos, Ver. Oliboni, para darmos a nossa posição em um assunto - eu estou meio gripado e sem voz - de Porto Alegre que está sendo discutido na Assembleia Legislativa, Verª Juliana; tudo o que se discute na Assembleia, que diga respeito a Porto Alegre, é nosso também. Concordo com as palavras de Vossa Excelência, também é nosso. Então, já que é nosso, e porque entendo e compreendo que não se pode vender aquela área, não se pode negociar uma área nossa, é que estou aqui. Entendo assim, compreendo assim e vou votar favoravelmente à Moção de Repúdio para sinalizar aos nossos deputados estaduais. Um abraço a todos e obrigado! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento n° 044/10.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores e comunidade, eu acho que nós estamos construindo uma unidade, nesta Casa, dentro da diferença e da divergência partidária, que é do caráter da representação que esta Casa tem, que é uma unidade em torno da retirada da urgência. E eu estou entendendo que todas as Bancadas compreenderam que votar sem Parecer e votar terça-feira é desrespeito... (Interrupção do som.)

Acho que é muito importante esta discussão, Ver. Airto Ferronato. Nós estamos construindo um acordo em torno da retirada da urgência. A cidade de Porto Alegre, na figura e na importância que tem a sua Câmara de Vereadores, vai sinalizar isso para a Governadora, para o Presidente da Assembleia, para o Presidente da CCJ, para os Deputados. Então, eu acho que essa é a grande unanimidade que nós construímos hoje à tarde.

Nós estamos com um problema técnico-legislativo, que o nosso Diretor Legislativo vai nos ajudar a resolver numa reunião de Liderança na sequência. Mas eu queria aqui limpar alguns elementos muito rapidamente, Ver. Braz. Nós temos poucos instrumentos para fazer manifestações em relação à Assembleia, ao Governo do Estado - a nossa Câmara, regimentalmente, tem pouquíssimos. Nós temos a Moção de Solidariedade, a Moção de Repúdio, enfim, acho que temos que pensar em requerimentos, porque o ideal seria “votação do requerimento de retirada da urgência”, para a Srª Governadora. Então, o repúdio não é no sentido de repudiar a Governadora como aqui foi falado; o repúdio é o Projeto de Lei no formato, no caráter que tem, na emergencialidade que tem e justificativa que tem, Ver. Bosco. A justificativa é arranjar recurso para descentralizar a FASE, e nós sabemos que esses recursos existem. Se houvesse projeto para a descentralização da FASE, o Governo Federal financiaria, porque há recursos para tal.

Então não dá para a cidade de Porto Alegre concordar com esse argumento, com uma alienação desse tamanho, sem se manifestar. Isto é o que estamos fazendo: resgatando a cidadania destas comunidades, e é preciso que a Cidade fale nas suas instituições que é inaceitável. Eu, pessoalmente, repudiaria, Ver. Dib - repudiaria -, mas, se for preciso construir uma posição unânime e que tenha a força de todos os Partidos, nós faremos solidariedade às comunidades e a retirada da urgência. O que nós queremos é a força desta Casa, respeitando, fortalecendo o direito de todas essas famílias, construído por anos de luta, de resistência, morando sem condições, sem infraestrutura, e não por escolha própria, tenho certeza, mas por um país que demorou muito a ter política habitacional, por uma Cidade, por um Estado. O Estado do Rio Grande do Sul, Ver. Haroldo, tem muitas terras em Porto Alegre e não faz a regularização das suas áreas públicas, não dialoga com as comunidades e não respeita o direito à moradia.

Então, eu quero solicitar que o Presidente dos trabalhos chame as Lideranças para vermos o formato, mas que seja hoje, porque não dá para passar para a semana que vem, pois quero lembrar que o Regime de Urgência está levando à votação na terça-feira, na Assembleia, e o desespero das comunidades está enorme; a Cidade precisa avaliar os impactos de uma alienação. Então, nós precisamos nos posicionar antes da votação. Gostaria de sugerir que reunissem os Líderes, junto à Presidência, para vermos a forma de escrever, mas, com certeza, fico muito feliz com o posicionamento de todas as Bancadas de respeitar as comunidades e o seu direito à moradia, e, portanto, a urgência precisa ser retirada, porque não há tempo para fazer isso no formato em que está encaminhado. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/10.

 

O SR. DR. RAUL: Ver. Mario Manfro, presidindo os trabalhos; Vereadores e Vereadoras; comunidade aqui presente e todos os que nos assistem, a nossa posição é no sentido de que nós somos totalmente favoráveis ao apoio à comunidade e à retirada da urgência, porque essa é uma questão que tem que ser muito melhor definida pelo Governo do Estado. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/10.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, quero parabenizar a Verª Sofia Cavedon pela articulação, pelo diálogo e pela busca sempre da parceria. Quero dizer que a Bancada do PPS vota favoravelmente pelo adiamento. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Solicito a presença dos Líderes de Bancadas junto à Mesa.

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/10.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Enquanto os Líderes estão vendo o problema de redação, nós, do PSOL, não íamos encaminhar para que se votasse mais rápido a Moção, mas, como tem que ser feita a correção na redação para poder consensuar todas as Bancadas da Casa, eu venho, em nome do PSOL, primeiro dizer da decisão sábia de todos que são Vereadores neste momento em ouvir o apelo da comunidade, em ouvir o Ministério Público pedindo que seja retirado o Regime de Urgência e que o Projeto tem de ser debatido com toda a comunidade. Isso é um passo à frente, ajudará na luta, para que não seja votado na terça-feira o Projeto e ajudará o encaminhamento que foi requerido na recomendação apresentada pelo Ministério Público.

Essa é a opinião sobre a Moção, o que diz respeito à área da FASE, às 20 mil famílias que lá moram, a Área de Preservação Permanente da cidade de Porto Alegre diz respeito à Câmara Municipal, e é uma tristeza que, até hoje, o Governo ainda não tenha encaminhado o Projeto para todos os Vereadores, porque essa é a verdade. Nós, do PSOL, que já conhecemos o teor do Projeto, temos a convicção clara de que esse Projeto tem de ser derrotado mais para frente porque interfere numa área de moradia, numa área de preservação e, mais uma vez, coloca áreas nobres da Cidade para serem utilizadas apenas pelos grandes grupos vinculados à especulação imobiliária, que querem lucrar em cima dos interesses do povo.

Mas essa é uma discussão mais ampla que, certamente, é a luta da comunidade, é a luta do Semapi, é a luta do Pacheco, da Nara, a nossa luta, vai ser nas ruas, vai ser na Assembleia, e hoje a Câmara toma uma decisão sábia de apoiar a reivindicação da comunidade e de ouvir aqueles e aquelas que hoje brilharam na tarde na Câmara Municipal. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 044/10.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quero cumprimentar a Verª Sofia, pois acabo de, com a minha assinatura, dar o meu apoiamento à nova versão que a sua Moção tomou a partir do diálogo aqui ocorrido. É uma vitória do diálogo, pois, toda a vez que esta Casa para aqui para dialogar, os resultados são positivos. Isso serve para que algumas pessoas que não são muito acostumadas à vida parlamentar se apercebam de que não é no grito que as coisas se resolvem aqui; as coisas aqui se resolvem no diálogo, no entendimento. Muito provavelmente, a Moção da Verª Sofia, na sua nova versão, terá o apoio unânime da Casa; é o fruto do diálogo e do entendimento. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Verª Sofia Cavedon, tendo em vista a construção uma nova Moção, eu lhe pergunto: a senhora retira a Moção anterior?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, em nome do grande acordo que vai ser muito significativo para a luta desta comunidade, eu estou retirando a Moção de Repúdio. Estamos todos juntos protocolando a Moção de Solidariedade com o pedido de retirada da urgência para votarmos imediatamente. Obrigada.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Eu lhe peço apenas que, depois, V. Exª faça isso por escrito, formalizando.

A pedido, suspendo a Sessão por um minuto, para que possamos resolver um problema técnico. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h33min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro - às 16h34min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Como nós tínhamos encaminhado a retirada e não é possível, nós acordamos que vamos respeitar o Regimento, vamos rejeitar a Moção de Repúdio e vamos aprovar a Moção de Solidariedade, com a retirada da urgência.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento nº 044/10, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO.

 

REQUERIMENTO – VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 049/10 – (Proc. nº 2248/10 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de Solidariedade às comunidades atingidas pelo PL 388/09 e o pedido da retirada da urgência da tramitação do mesmo.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento de Moção de Solidariedade, de autoria da Verª Sofia Cavedon, e a retirada de urgência. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. (Palmas.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu gostaria de saber quando chegará esse documento de pedido de suspensão da votação na Assembleia Legislativa?

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Diretoria Legislativa, através do Diretor Luiz Afonso, me informa que chegará na sexta-feira.

 

O SR. MAURO PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

    

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pelo Ver. Mauro Pinheiro. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

    

(Encerra-se a Sessão às 16h39min.)

 

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